Você já se perguntou qual é o futuro da urbanização?
Cidades Inteligentes: competitividade, sustentabilidade e bem viver através do avanço das tecnologias de informação e comunicação. Com Big Data, Nuvem, Sensores, Inteligência Artificial e Internet das Coisas, o desenvolvimento urbano e governamental têm tomado conta do imaginário global de estados, mercados e cidadãos para combater os desafios fiscais, ambientais, econômicos e sociais.
Porém, as Cidades Inteligentes, ou Smart Cities, não habitam apenas o imaginário, elas são reais, práticas e em pleno processo de expansão. Hoje, a ORAEX analisa esse fenômeno na Ásia. Nesse continente há um forte aspecto desenvolvimentista, em que o Estado atua ativamente na mobilização de capitais e na transformação do trabalho. A liderança dos governos está preocupada não apenas em inserir a cidade competitivamente no mercado global, mas também em atender as demandas dos habitantes. Confira esses processos em Singapura, Índia e China.
CHINA
Em Abril de 2017, o governo chinês anunciou o plano de uma Nova Área em Xiongan, transformando-a em uma cidade verde, com inovação e desenvolvimento de alta qualidade. Ao final de 2021, 177 projetos chaves começaram a ser construídos, com um investimento que passa os 94 bilhões de dólares. As rodovias e ruas centrais, bem como as áreas verdes e o sistema de água já tomaram forma, após cinco anos, Xiongan já está se tornando verde e inteligente.
O design inteligente está presente na infraestrutura, Big Data e Drones são usados na construção e lixeiras inteligentes são usadas para identificar o tipo de lixo que realiza a separação e a reciclagem automática. Postes de Luz inteligentes também ajustam a luz conforme o tempo, reduzindo custos, alguns já estão equipados com câmeras para alertas de emergência e monitoramento do tráfego. Xiongan também conta com a primeira Blockchain da China vinculado a uma cidade, e um sistema de computação em nuvem para serviços de Big Data. Empresas já lançaram inovações como pagamento via reconhecimento facial, e locais para o carregamento wireless de veículos elétricos já estão instalados.
A Unicom China também provê suporte 5G para automação de limpeza, varejo, delivery e patrulhamento em Xiongan, como incentivo ao desenvolvimento dessa área inteligente. Em março de 2022, aproximadamente 700 bases de 5G estavam instaladas na cidade, a cobertura completa é esperada até final do ano. Além disso, também há foco em criar um melhor espaço para viver e conviver. Os prédios comerciais e residenciais, bem como escolas e hospitais, são construídos de forma que as pessoas possam chegar até eles em 15 minutos.
A construção também está sendo feita com esforços para reduzir o consumo de energia e poluição. Muito da infraestrutura da cidade está construída no subsolo, incluindo água, eletricidade, calor e outras redes, todos monitorados por um sistema integrado. Mais ainda, a cidade está se transformando em uma esponja. Seu sistema de drenagem coleta e recicla água da chuva para uso comum.
SINGAPURA
Em 2014, Singapura lançou o ambicioso projeto de se tornar uma Nação Inteligente. Mas, antes disso, já era uma tecnicamente uma cidade inteligente, como um avançado sistema público de transporte, rotas inteligentes e e-governança. A Nação Inteligente tem a visão onde as pessoas possam viver vidas significativas e completas, habilitadas pela tecnologia e com oportunidades empolgantes para todos.
A ênfase na Nação, ao invés da cidade, fala sobre o volume das intenções governamentais a enfrentar os desafios para o desenvolvimento, projetando um ecossistema colaborativo que engaja os habitantes e lança projetos em política habitacional, transporte, saúde, governança digital, identidade pessoal, mobilidade urbana e sistemas de pagamento. Esses projetos são levados a cabo pelas agências da Nação Inteligente – Smart Nation and Digital Government Office e GovTech – diretamente ligadas ao Primeiro Ministro. Essa centralização visa aumentar a velocidade dos processos e entregar projetos concretos, preparando o espaço para a Quarta Revolução Industrial.
Hoje, o país é local de diversas companhias globais e startups estrangeiras de alta tecnologia que colaboram com organizações locais para desenvolver soluções em diversos temas do cotidiano desafiador das cidades, se transformado em um laboratório global atrativo para tecnologias inteligentes. Esse laboratório é subsidiado pelo governo de diversas formas, o BASH (Build Amazing Startups Here) é um programa completo de suporte a novas startups locais e estrangeiras. Além disso, Singapura também investe na missão de exportar suas soluções para outras Cidades Inteligentes na Ásia e no mundo.
ÍNDIA
A Índia é especialmente vulnerável à mudança climática por causa de sua enorme população. Por conta disso, é importante que essas cidades sejam sustentáveis e inteligentes. Elas precisam de materiais estruturais de baixo consumo de energia, redes inteligentes, transporte planejado, sistemas de TI integrados, governo eletrônico e captação inovadora de água.
Por isso, o governo da Índia lançou sua Missão Cidades Inteligentes em 2015, com a intenção de construir 100 novas cidades inteligentes. Muitos desses projetos estarão no Delhi Mumbai Industrial Corridor (Corredor Industrial Déli-Mumbai), que tem uma extensão de 1.000km entre Déli e Mumbai. Uma infraestrutura de US$11 bilhões já foi planejada em 33 cidades, e boa parte da construção será financiada por meio de um modelo público-privado. Essas cidades inteligentes estão sendo concebidas à medida que a economia da Índia se industrializa e a população se torna mais urbanizada.
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